Neuromodulação x cirurgia ablativa

A neuromodulação e a cirurgia ablativa fazem parte do arsenal da Neurocirurgia Funcional. Quando realizadas no cérebro, muito frequentemente empregam a técnica estereotáxica, conforme explicado anteriormente. Desse modo, ambas podem ser utilizadas no tratamento de diversas doenças neurológicas (movimentos involuntários, dor, epilepsia e espasticidade) e transtornos psiquiátricos. Outras indicações cirúrgicas, ainda em estudo, são doença de Alzheimer, obesidade mórbida, anorexia nervosa e dependência química.

 

O que a neuromodulação faz?

 

A neuromodulação tem como objetivo resgatar a função alterada do sistema nervoso por meio de estímulos elétricos ou então da infusão de medicamentos no sistema nervoso. Além disso, tem a vantagem de ser um procedimento reversível, visto que nenhuma lesão é infligida ao sistema nervoso. O procedimento consiste em:

 

1. Implante de eletrodos no cérebro – DBS (“deep brain stimulation” ou estimulação cerebral profunda), na coluna (estimulação da medula espinhal) ou na adjacência de nervos. São conectados a um gerador interno (“marca-passo”), que dispara uma corrente elétrica ajustável que, geralmente, inibe regiões específicas do cérebro ou da medula espinhal. A DBS pode ser utilizada no tratamento dos movimentos involuntários (doença de Parkinson, tremores, distonias e síndrome de Tourette, por exemplo), doenças psiquiátricas (depressão, transtorno obsessivo-compulsivo e agressividade imotivada), bem como alguns tipos de epilepsia e de dor crônica. A estimulação medular é, de fato, mais comumente empregada no tratamento da dor crônica. Entretanto, a estimulação de nervos tem como principal indicação o tratamento das epilepsias generalizadas (estimulação do nervo vago), da enxaqueca e da neuralgia occipital.

 

2. Implante de catéteres no cérebro (mais especificamente nos ventrículos cerebrais, cavidades que contêm um líquido aquoso denominado líquor) ou na coluna (em seu interior se encontra a medula espinhal rodeada por líquor). São conectados a uma bomba eletrônica interna que possibilita a infusão de medicamentos diretamente no cérebro ou então na medula espinhal. Assim, esta técnica pode estar indicada no tratamento da dor crônica (sobretudo na dor oncológica), da espasticidade e em alguns casos de distonia.

O que é cirurgia ablativa?

 

Já a cirurgia ablativa tem por objetivo resgatar a função através da inativação permanente. Através, principalmente, do aumento da temperatura (radiofrequência, laser ou ultrassom focado de alta intensidade) de estruturas do sistema nervoso (raízes nervosas, nervos, na medula espinhal ou no cérebro). Isso porque seu funcionamento anormal determina as manifestações de várias doenças. Trata-se, pois, de uma técnica irreversível, em contraste com a neuromodulação.

 

Dentre estas cirurgias, destacam-se:

 

  • Talamotomia (ablação de um núcleo do tálamo a fim de tratar os tremores, a dor crônica e algumas epilepsias);
  • Palidotomia (ablação do globo pálido interno para o tratamento da doença de Parkinson e das distonias);
  • Subtalamotomia (ablação do núcleo subtalâmico para o tratamento da doença de Parkinson);
  • Cingulotomia anterior (ablação do giro do cíngulo anterior para o tratamento da depressão);
  • Capsulotomia anterior (ablação da “perna” anterior da cápsula interna para o tratamento do transtorno obsessivo-compulsivo);
  • Hipotalamotomia posteromedial (ablação do hipotálamo para o tratamento da agressividade imotivada);
  • Mesencefalotomia medial (ablação da via da dor no mesencéfalo, um componente do tronco cerebral que liga o cérebro à medula espinhal). Todas utilizam a técnica estereotáxica;
  • Cordotomia (ablação da via da dor na medula espinhal);
  • Rizotomia (ablação da raiz dorsal dos nervos espinhais);
  • Neurotomia (ablação de nervos sensitivos), as duas últimas empregadas no tratamento da dor crônica e da espasticidade.

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É uma subespecialidade da Neurocirurgia que busca resgatar uma função perdida.

 

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